Marcos Aurélio dos Santos
Jesus de Nazaré ressuscitou dentre os mortos e, após sua ressurreição, comeu e bebeu na companhia de amigos e amigas. Demonstrando humildade e simplicidade, Ele escolheu estar entre os pobres, junto ao povo, reafirmando o caminho da libertação. Sua ressurreição traz vida — vida em abundância — e renova a esperança de um novo tempo, marcado por uma nova ordem fundamentada no amor, na fé e na liberdade.
Aos discípulos e discípulas é confiada a missão de serem sal da terra e luz do mundo. Isso implica um compromisso ético com a transformação da realidade: a luta pela libertação do povo, a prática das boas obras e o amor fraterno constituem a base do testemunho cristão. Tais atitudes devem ser visíveis, para que, por meio delas, todos reconheçam que somos seguidores do Cristo. Ser sal e luz é iluminar caminhos escurecidos pela injustiça e temperar a vida com graça, justiça e solidariedade.
O seguimento de Jesus é um chamado aos pacificadores, aos mansos, aos que têm fome e sede de justiça, àqueles cujos corações transbordam compaixão. Nesse caminho, não há espaço para o ódio, a arrogância ou a busca por projetos pessoais de poder. O seguimento de Jesus é destinado aos humanizados, àqueles que permanecem nas trincheiras da esperança e da utopia, sonhando e lutando por um mundo mais justo. Trata-se, portanto, de um seguimento essencialmente libertador.
Aos que desejam seguir o Jesus de Nazaré, é proposta a difícil, porém transformadora, missão de ser o menor e o último entre todos. As palavras de Jesus, registradas nos Evangelhos, são inequívocas: “Quem quiser ser o primeiro, que seja o último; e quem deseja ser o maior, que se faça servo de todos.” Não se trata de uma sugestão opcional, mas de uma exigência radical e não negociável para aqueles que desejam ser verdadeiramente discípulos e discípulas do Cristo.
Esse caminho do discipulado é desafiador, sobretudo em tempos marcados pela busca de poder e dominação por parte de setores da liderança cristã. Aos verdadeiros seguidores de Cristo é confiada a missão de estar ao lado dos oprimidos, lutar pela libertação dos marginalizados e anunciar as Boas Novas com alegria e esperança. É na ressurreição do Cristo vivo que se fundamenta o caminho da fé e da esperança.
Parafraseando o apóstolo Paulo, aos discípulos e discípulas de Jesus de Nazaré permanecem a fé, a esperança e o amor — e, entre esses, o maior é o amor. Esse amor, que se manifesta em ações concretas de justiça e misericórdia, é o fundamento último da missão cristã.
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