Marcos Aurélio dos Santos
Uma jumenta e um jumentinho emprestados. Em pequenos galopes de simplicidade, Jesus se aproxima de Jerusalém. Ramos retirados das árvores para anunciar a chegada do Deus pobre, tecidos usados como tapete em um contraponto aos tapetes luxuosos do imperador de Roma. Uma multidão de pobres aguardam a chegada do Messias libertador. Pescadores, camponeses, trabalhadores/as, mulheres, mendigos, doentes e crianças, vítimas da pós-guerra na Palestina. Foi assim a recepção organizada pelo povo para a entrada de Jesus de Nazaré em Jerusalém, o Deus pobre que vem da Galileia, livre, subversivo e libertador. Um Rei que não tinha coroa de ouro enfeitada com pedras preciosas, pois sua coroa é a de espinhos na cruz, porque assim foi a vontade do Pai que lhe enviou.
A chegada de Jesus em Jerusalém estava livre de comitiva especial, dos carros de luxo puxados por cavalos possantes, de vestimentas imperiais com sua pompa, de banquete com celebridades oficiais do alto escalão da religião e do estado. Foi uma entrada simples, revolucionária e libertadora que marcou a história, dando assim, início a uma nova ordem.
A maneira simples que marca a entrada de Jesus na cidade central da Palestina é uma denuncia direta contra a ostentação e o poder do império Romano e do sistema político-econômico-religioso instalados no templo de Jerusalém. O imperialismo romano que dominava a Palestina com o apoio dos religiosos, Fariseus, Escribas e outros de seguimento judaico, se vê ameaçado pelo homem de Nazaré, vindo da Galileia, do meio dos pobres, com autoridade e liberdade para denunciar a opressão ao povo.
A maneira simples que marca a entrada de Jesus na cidade central da Palestina é uma denuncia direta contra a ostentação e o poder do império Romano e do sistema político-econômico-religioso instalados no templo de Jerusalém. O imperialismo romano que dominava a Palestina com o apoio dos religiosos, Fariseus, Escribas e outros de seguimento judaico, se vê ameaçado pelo homem de Nazaré, vindo da Galileia, do meio dos pobres, com autoridade e liberdade para denunciar a opressão ao povo.
Ao exemplo dos profetas e profetizas, Jesus não encarna a profecia a partir do templo, nem do palácio imperial de Roma, Jesus não fez conluio com os poderosos, não se vendeu aos opressores, nem traiu o Pai, no qual lhe entregou a missão libertadora de proclamar as boas novas de alegria aos pobres. Com coragem, simplicidade e subversão, aceita ir ao encontro da morte, para trazer à humanidade vida em abundância.
A entrada de Jesus de Nazaré em Jerusalém é uma profecia para hoje. Os impérios da opressão de nossos dias, pautados em uma agenda neo-conservadora tem unido forças para destruir o povo e seus direitos. As forças do neoliberalismo econômico e do conservadorismo político e religioso têm se levantando em nosso país com ares de maldade para realizar um desmonte sem precedentes. Por isso, a profecia de Jesus de Nazaré não é para ontem, não é para dois mil anos atrás. A profecia deve se fazer presente na vida, no contexto e na realidade em que vivemos, nos múltiplos desafios que nos cercam.
Por isso, após a prática, celebremos a simplicidade, a coragem, a ternura, a subversão, a liberdade, a comunidade, a utopia. Que possamos celebrar o Jesus dos pobres, da jumentinha emprestada, da voz popular que não se cala, do Jesus que não tem onde repousar a cabeça, do Deus que partilha o pão sem exigir ou determinar. Celebremos o Jesus das comunidades.
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