Marcos Aurélio dos Santos
O fundamentalismo cristão-religioso não se abre para o diálogo. Comporta-se de maneira superior, se sobrepondo aos novos seguimentos que pensam e agem diferente. Ao que parece, o fundamentalismo religioso permanecerá no engessamento histórico, preservando de forma zelosa os velhos fundamentos. Enquanto isso, o mal avança no mundo com a finalidade de destruir a fé, a democracia e os direitos conquistados com muito esforço, e a cada dia surgem novos desafios para os cristãos/ãs hoje.
O fundamentalismo religioso apropria-se da bíblia como dono da mesma, numa leitura fundamentalista-literal- superficial, sem reflexão e aprofundamentos, isso para legitimar a injustiça, a violência, o ódio, a divisão e a superioridade. Assim como permanece calado para o diálogo, também o faz diante das inúmeras injustiças assola os pobres e excluídos.
O ensino de Jesus de Nazaré tem como chave hermenêutica para a interpretação da bíblia o amor. Jesus nos ensina que em tempos de ódio devemos perdoar os ofensores, até mesmo sem ressalvas os piores inimigos.
Em uma sociedade que exalta a violência e a morte, os cristãos devem superar a maldade com a promoção da paz e da justiça. Em meio a divisão com muros de intolerância, somos desafiados a construir pontes e lutar pelo respeito ao outro em laços de fraternidade.
Urge trazer o texto bíblico para nosso contexto atual. É aqui e agora que acontecem as lutas, na vida, nas trincheiras de resistência, especialmente entre o nosso povo latino-americano. A bíblia não pode ser lida com os velhos óculos, estes estão embaçados e nos impedem de enxergar a realidade concreta de hoje. É na leitura popular da bíblia, em comunidade, com novos óculos, no sopro do Espírito e com o pé no chão que escutamos Deus. Ele houve o clamor do seu povo.
Fonte: CEBI (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos)
Fonte: CEBI (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos)
Sobre o Autor: Marcos Aurélio é Teólogo e Ativista Social. É colunista do CEBI (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos). Facilitador da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito em Natal, RN e coordenador do Espaço Comunitário Pé no Chão.
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