O Amor Subversivo e Revolucionário de Jesus de Nazaré



Marcos Aurélio dos Santos 

Jesus gostava mesmo era de se misturar no meio da ralé, na periferia, entre os pobres e excluídos. A Galileia do povão foi o lugar onde Ele viveu, lugar favorito de suas andanças, de conversas com pequenos grupos de moradores, de ensinamentos libertários, de partilha de pão. Por isso lhe deram merecidamente o apelido de Galileu. Jesus teve vários encontros libertários com muita gente excluída. Cegos, leprosos, prostitutas, publicanos, paralíticos, crianças, escravos, mulheres. Estes não foram encontros casuais, mas propositais, históricos, encontros de liberação, que geraram profundas transformações na vida de muitas pessoas.

O caminho de Jesus não foi sublinhado por pretensões macr0- religiosas, desejando as cadeiras do poder, nem na construção de hierarquias dominantes clericais, nem tão pouco em doutrinas estabelecidas sob o controle de dogmas e códigos. Jesus preferiu o caminho da liberdade, da comunidade, pois a prioridade era as pessoas. Por isso Jesus não queria fundar uma nova religião, nem um novo templo para adoração, nem uma nova doutrinação, por isso o seguimento do Nazareno foi fortemente pontuado por seu amor às pessoas e não às coisas, por serviço, sem hierarquias, sem conchavos com os religiosos e sem obediência ao clero e ao Império. Jesus era livre.

Jesus ensinou aos seus discípulos e discípulas muitas virtudes do Reino de Deus. Compaixão, misericórdia, perdão, partilha, esperança, utopias, arrependimento, resistência, luta, fé, vida plena. Jesus ensinou que no Reino de Deus todos são pequeninos como uma criança. Ninguém deverá se sobrepor ao outro em nenhuma questão, todos são servos. Aos que pretendem ser o primeiro, precisam se contentar em ser o último dentre todos, da mesma forma o maior será sempre o menor. Assim devem ser os pastores e pastoras que são chamados para apascentar das ovelhas de Jesus.

O seguimento de Jesus de Nazaré tem em suas bases a humildade e a simplicidade. Por isso, no decorrer da história da igreja cristã, Jesus tem chamado os pequeninos, leigos e leigas para o serviço de amor libertador, para a construção de uma igreja em saída, uma igreja para os pobres. Aos do caminho, Jesus ensinou-os a prática do amor revolucionário, que os desafiava ao desapego ao dinheiro para viver a partilha, em uma perspectiva comunitária e fraterna, na luta por uma sociedade igualitária.

Em nossa caminhada cristã, temos buscado viver o seguimento de Jesus, o Galileu? Qual a nossa missão no mundo como discípulos e discípulas do servo sofredor de Nazaré? Como sal da terra temos dado o devido sabor à vida das pessoas? Como luz temos demonstrado as boas obras do Cristo?

Sobre o Autor: Marcos Aurélio é Teólogo e Ativista Social. É colunista do CEBI (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos). Facilitador da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito em Natal, RN e coordenador do Espaço Comunitário Pé no Chão.




Comentários