Por Marcos Aurélio dos Santos
“Meu delito é ser indígena e anti-imperalista.”declarou o presidente da Bolívia, Evo Morales, eleito democraticamente com mais de 10% de vantagem nas urnas contra seu opositor de direita Carlos Mesa. Um golpe de estado com apoio das forças ultra-conservadoras da religião, dos militares e da elite branca violenta e racista.
Nossos irmãos e irmãs bolivianos estão sob forte opressão. As últimas notícias são de que as forças militares avançam nas comunidades onde se encontram os indígenas e os mais pobres que sofrem constantes ataques violentos e brutais. O presidente Evo, sua família e governadores tiveram suas casas depedradas. Evo já se encontra no México onde recebeu asilo político.
O golpe na Bolívia tem um caráter racista. As ações fascistas revelam o ódio aos indígenas e aos pobres, sobretudo os que fazem parte dos movimentos populares de resistência na Bolívia. Os ataques violentos, a destruição da bandeira que representa os povos indígenas demonstra o quanto a elite branca junto às forças ultraconservadoras não aceitam a inclusão dos pobres protagonizada pelo governo de esquerda nos últimos 14 anos, que trouxe dignidade e libertação para grande parte dos povos indígenas e a população mais pobre. Evangélicos e católicos da ala fundamentalista, com bíblia e crucifixo na mão exaltam um golpe violento e racista conta a democracia, uma negação ao Evangelho do Jesus de Nazaré. Aos gritos de “a Bolívia é do Senhor Jesus,” generais recebem a “benção” no pultipo evangélico e o principal líder do golpe da extrema direita que se denomina católico, arrasta uma multidão de adeptos do conservadorismo. A onda cristofascista se instalou não apenas no Brasil, mas também na Bolívia.
A história recente tem revelado que o cristofascismo tem se manifestado fortemente na América Latina, sobretudo em países onde os pobres tem encontrado esperança em um recomeço no caminho de libertação. Por isso, quando os pobres começam a se organizar, se levantar e lutar por seus direitos, a extrema direita dá um golpe com o apoio das igrejas. Assim aconteceu no Equador, Argentina, Peru, Brasil e agora na Bolívia. Nesse contexto fascista, a extrema direita religiosa exalta a tortura, a morte de inocentes, a violência e o racismo. Fazem seus espetáculos de horrores em nome de Deus. Usam a bíblia como arma, instrumento simbólico de manipulação de massa, líderes conservadores se utilizam de uma interpretação literal de textos do antigo testamento e fora do contexto histórico para legitimar a barbárie, exaltam o “deus” da guerra, da vingança, do ódio, da opressão e da morte, um golpe racista-religioso, agora sob o comando violento das forças militares opressoras.
O cristofascismo se opõe agressivamente contra o movimento de Jesus de Nazaré. As forças reacionárias, sobretudo na América Latina não reconhecem o Jesus dos Evangelhos. Um Jesus pobre, periférico, negro, índio, operário e libertador. Ao contrário, prestam culto a um Jesus branco, elitizado, racista, colonizado, que está assentado em um trono de ouro e habita em palácios e templos. O cristofascismo odeia o Jesus dos becos, das favelas, vielas, das comunidades camponesas, o Deus pobre, servo humilde e sofredor.
É preciso amor revolucionário. Aos nossos irmãos e irmãs bolivianos, segue a solidariedade dos que acreditam na força e libertação dos pobres e nas comunidades indígenas, no estado democrático de direito. Que possamos nos ajuntar aos que lutam nas trincheiras da utopia, na esperança por libertação. Milhares de Indígenas estão nas ruas em resistência contra o golpe. Eles não estão sozinhos, o Deus dos oprimidos está no meio do seu povo, o Deus que desce para libertar e esperançar.
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